quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Projectos ALCC

Área de Projectos, ALCC

A ALCC (Associação Lusofonia, Cultura e Cidadania), desde da sua fundação que se preocupa com áreas de carência informativa, Pedagógico, Cultural, Social e Politico da população Emigrante e Migrante.

As acções de sensibilização realizadas visaram dotar o cidadão de ferramentas Sociais, Culturais, Políticas e até mesmo económicas para uma melhor integração no seu país de acolhimento e para uma melhor mobilização geográfica dentro do seu próprio país de origem.

Os eventos realizados passam pelas seguintes áreas:

A lei da emigração
Processo de Legalização
O acesso à Segurança Social e Habitação Social
Cursos de actualização e reciclagem de conhecimentos informáticos
Realização de Sessões de estudo para jovens na idade escolar
Actividades culturais, desportivas, tempos livres e convívios
Desporto, formação de uma equipa de futsal
Apoio e esclarecimento a Mães adolescentes


O Projecto designado de “ Crie e Aposte no seu posto de trabalho” tem como objectivo implementar o empreendorismo no seio da comunidade Emigrante , bem como sensibilizar cada um para a gestão o seu próprio futuro profissional; esta é uma forma de mostrar à comunidade que não queremos ser um encargo mas sim uma receita para o país.

Criando um laço sólido com a comunidade poderão ser verificadas normas e regras de conduta social e cultural do meio. O empreendorísmo passará também pela reorganização dos pequenos negócios localizados dentro e fora dos Bairros Sociais transformando este tipo de economia rudimentar e precária, numa economia de sustentável e de expansão.

As actividades culturais passam essencialmente por apoiar a população mais idosa nomeadamente, no que toca ao apoio domiciliário, actividades de recreio e eventos sociais que estimulem a memória e a actividade física, apoiar os jovens e adultos que não se conseguem integrar na sociedade devido à resistência Social e Cultural através de eventos desportivos e espectáculos de animação.

Actualmente é preocupação da ALCC desenvolver Projectos de formação Inicial e Continua na área do empreendorismo, Igualdade de Género e prevenção da Violência Doméstica.

Os projectos de actualização e reciclagem na área das novas tecnologias será um projecto em constante movimento nas freguesias de Lisboa e área metropolitana de Lisboa.

As parcerias e os protocolos a estabelecer com as associações de Emigrantes, com as Câmaras , Juntas de freguesias, Escolas, Instituições de Solidariedade Social entre outras será um pilar fundamental para a ALCC conseguir contribuir para uma integração de sucesso da nossa comunidade Emigrante...

geral@lusofonia.com.pt

ALCC

A ASSOCIAÇÃO DOS IMIGRANTES BRASILEIROS EM PORTUGAL
www.lusofonia.com.pt

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os não existentes no mercado de trabalho

É um dado adquirido que a crise tem afectado todos. No entanto, também é um facto que existe pessoas que face às habilitações literárias, áreas de inserção profissional são terrivelmente afectadas. Nesse grupo, encontramos milhares de imigrantes, a nível nacional e algumas centenas aqui na Região que estão sem trabalho e, por consequência, sem nenhum tipo de rendimento formal. Dentro dos que ficam sem trabalho, existem os que conseguem obter o subsídio de desemprego, com base, numa relação formal que entretanto tivera. O problema maior são para os imigrantes que, não obstante de terem trabalhado (na informalidade entenda-se) não conseguem obter nenhum tipo de apoio formal do Estado, como é o caso do subsídio de desemprego. No entanto, se para um cidadão nacional ficar sem emprego e sem rendimento tem as óbvias consequências para os imigrantes acresce mais uma: a elevada probabilidade de cair na irregularidade porque não tem e, por isso, não consegue provar que têm meios de subsistência. O problema é da lei e não tanto de quem a interpreta, como é caso do SEF. O Ministro do Trabalho anunciou a diminuição para metade (para cerca de 225, 00 €) o valor mínimo mensal, enquanto prova de meios de subsistência para a renovação dos títulos. O Ministro pensou que resolveu o problema, mas é preciso dizer muito claramente que não. Ou seja, há muitos imigrantes que com a perda de emprego não tem esse dinheiro (ou melhor não tem como provar) e não conseguem renovar o respectivo título. O leitor pode pensar da seguinte forma: “ bom, quem não tem 225,00 euros por mês é melhor regressar ao seu país de origem”. Um dos grandes problemas do país é a informalidade e a precariedade laboral e os imigrantes, à semelhança do que acontece noutras partes do mundo, são particularmente sensíveis às políticas públicas no sector do trabalho, tanto quanto elas sejam positivas ou negativas.
Paulo Mendes

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Nota de Imprensa da PERCIP

A forma pouco rigorosa como se têm centrado as questões que afectam o mercado de emprego em Portugal no fenómeno da imigração e a decorrente necessidade de rever as quotas para a entrada de trabalhadores imigrantes procuram, na opinião da PERCIP, escamotear as verdadeiras razões que estão na origem da crise e revelam, por outro lado, uma atitude que contraria o conhecimento existente sobre os fluxos migratórios, ao atribuir aos imigrantes responsabilidades que estes não têm e contribuindo objectivamente para o agravamento de mal-estares sociais.A PERCIP entende ainda que esse recuo contraria um princípio que deveria ser assumido de forma clara por este governo, que é importância da imigração no desenvolvimento de Portugal e a necessidade de construir uma paz social longe de demagogias e de ideias preconceituosas que pairam sobre os imigrantes que muito têm dado a esse país.Em bom rigor os factos são estes:- O mercado de trabalho constitui, por si só, um regulador natural dos fluxos migratórios, sendo que o estabelecimento de contingentação tem pouca ou mesmo nenhuma interferência no processo, face à própria e demonstrada inoperância do sistema. Ninguém sabe exactamente quantos imigrantes entraram em Portugal no âmbito do sistema de quotas e nem o governo divulga os números, na medida em que tem a noção que esse número é absolutamente ridículo.- Os fluxos migratórios para Portugal têm diminuído nos últimos dois anos, como consequência da perda de atractividade do país , decorrente da crise e da emergência de outros destinos migratórios.De qualquer modo, entendemos que a discussão deverá centrar-se sobre três aspectos. Primeiro, na criação de respostas céleres para muitos cidadãos imigrantes que ainda se encontram em situação irregular no país e inseridos no mercado de trabalho. Segundo, evitar cair na tentação de aplicar e reforçar essa redução de quotas junto dos imigrantes cujo processo de regularização está ainda a decorrer, e cuja conclusão do processo está cada vez mais demorada. O terceiro aspecto é nossa preocupação em relação aos milhares de imigrantes que, quer pela situação de irregularidade, quer pela inexistência de qualquer tipo de vínculo laboral, estão a viver situações dramáticas, sendo excluídos de qualquer tipo de protecção social.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Imigrar é um direito humano básico


Uma entrevista interessante e esclarecedora de Philippe Legrain, economista e conselheiro especial da Organização Mundial de Comércio. Formado pela London School of Economics, Legrain é autor de "Immigrants: Your Country Needs Them" (2007). Pode ler aqui a entrevista.

Afinal, cada um de nós tem, literal e legitimamente, o direito de viver em qualquer país deste nosso mundo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quando faltam os argumentos quem paga é o "mexilhão"

Ao procurar contrariar as opções políticas do Governo a D.ra Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, equivocou-se e, de forma gratuita utilizou a população imigrante em Portugal como um dos argumentos na sua contestação às obras públicas realizadas e anunciadas pelo actual Governo. Lamentavelmente a líder do PSD utilizou, à boa maneira demagógica e populista a que já nos habituou o Dr. Paulo Portas do CDS/PP, fundamentos pouco rigorosos e objectivos e, por essa ordem de razão, perigosamente a roçar a xenofobia.
Confundir o mercado de trabalho e o desemprego com a presença de imigrantes é o caminho mais fácil para quem não tem um projecto político alternativo às actuais políticas públicas para o emprego, nem alternativa ao modelo económico que arrastou Portugal para a actual situação de profunda crise, que não resulta apenas da conjuntura internacional, e na qual o PSD tem iguais responsabilidades.
A população activa afecta ao sector da Construção Civil representa 12% do total da população activa portuguesa. O número de trabalhadores imigrantes no sector da Construção Civil representa 1/5 do número total de trabalhadores deste sector de actividade. Um simples olhar para os números é suficiente para se perceber que as declarações da D.ra Manuela Ferreira Leite não têm grande consistência e se aduzirmos ao facto de que o número de desempregados no sector, quando comparado com outros sectores de actividade, os “Trabalhadores não Qualificados das Minas e Construção Civil”, representam 9,1% do total de desempregados. Este sector, segundo o Relatório do IEFP, relativo ao 1.º Semestre de 2008, situa-se atrás de sectores como “Trabalhadores não Qualificados dos Serviços e Comércio”, 13,8%, “Pessoal dos Serviços de Protecção e Segurança”, 12,1%, “Empregados de Escritório, 11,4%, embora tenha consciência que face aos contornos da crise financeira o sector da Construção Civil é um dos que mais vulnerabilidade apresenta no que concerne ao espectro do aumento do desemprego. Não obstante, considero que é abusivo, tendo apenas em consideração os números do desemprego, a ilação que a líder do PSD fez ao relacionar a presença de trabalhadores imigrantes com o desemprego em Portugal, nomeadamente no sector da Construção Civil.
Mas outros argumentos podem ser utilizados na desconstrução das afirmações que a D.ra Manuela Ferreira Leite fez na entrevista que concedeu a um dos jornais diários que se publica em Portugal. Desde logo as que se prendem com as expectativas salariais dos cidadãos autóctones. As expectativas na obtenção de rendimento do trabalho dos cidadãos nacionais são mais elevadas do que as dos trabalhadores imigrantes o que está na origem da continuada saída de portugueses para os países da União Europeia na procura de satisfação de expectativas que o seu país lhes gorou. As desigualdades no desenvolvimento constituem um dos factores decisivos para a decisão de migrar. Da mesma forma que os Estados Unidos exercem uma grande atractividade sobre os cidadãos do vizinho México, ou a Grécia sobre os seus vizinhos albaneses, também alguns países europeus continuam a exercer uma grande atractividade sobre os cidadãos portugueses, uma vez que se continuam a registar profundas desigualdades sociais e económicas entre Portugal e alguns dos seus parceiros da União Europeia.
Apesar de em Portugal se continuarem a verificar saídas de trabalhadores para o estrangeiro para exercerem actividade em sectores como a Construção Civil e a Agricultura no exercício do direito de procurarem melhores condições de vida fora do seu país e dos quais só nos damos conta quando, de forma dramática vem a público a denúncia de situações de sobre exploração ou de incumprimentos contratuais sobre cidadãos portugueses em países da União Europeia. Mas a realidade é que relativamente a alguns países, pelas mesmas razões – a desigualdade nos índices de desenvolvimento económico – Portugal exerce uma grande capacidade de atracção, desde logo sobre os cidadãos originários dos países sobre os quais exerceu domínio colonial, mas também sobre países onde os índices de desenvolvimento económico, quando comparados com Portugal, são mais baixos.
As políticas salariais em Portugal ficam muito aquém das expectativas dos trabalhadores portugueses mas satisfazem as expectativas dos trabalhadores imigrantes que os procuram e, por essa razão, emigração e a imigração coexistem naturalmente.
Quanto às políticas públicas de emprego em Portugal talvez fosse melhor o PSD e a D.ra Manuela Ferreira Leite não alinharem pela bitola de desvalorização do trabalho que o “Código Laboral” tem promovido e cuja tendência é de agravamento caso as alterações propostas pelo PS venham a ser aprovadas.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 03 de Novembro de 2008
www.anibalpires.blogspot.com

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A propósito das bocas da Dra Manuela Ferreira Leite

Na sequência das declarações da líder do PSD, Dra Manuela Ferreira Leite, onde afirma que as obras públicas só ajudarão o desemprego em Cabo Verde e na Ucrânia, a PERCIP torna pública a seguinte posição:
A PERCIP condena essas afirmações e considera que, para além de não corresponderam a verdade, são contrárias a uma lógica de esforço colectivo que deve ser concretizado no sentido de permitir que Portugal possa sair o mais depressa possível da actual crise. Os trabalhadores migrantes estão ao lado os trabalhadores portugueses nesse esforço conjunto de fazer com que Portugal ultrapasse a crise o mais rápido possível;
Os trabalhadores imigrantes na construção civil representam 24% do total dos trabalhadores inseridos neste sector, o que significa que, não obstante o peso considerável dos imigrantes neste sector, a maioria dos trabalhadores são portugueses. Acresce ainda que o sector de construção civil é responsável por 12% do emprego em Portugal, comprovando assim a sua importância inquestionável na economia portuguesa;
Para além da centralidade do sector de construção na dinamização da economia, devemos estar cientes do seu efeito multiplicador, na medida em que proporciona o aparecimento de externalidades positivas e efeitos multiplicadores às restantes actividades. A título de exemplo e recorrendo aos vários estudos feitos sobre a importância do sector da Construção Civil e Obras Públicas, por cada emprego criado pelo sector Construção Civil são gerados 3 postos de trabalho no conjunto da economia portuguesa.


O posicionamento da Líder do PSD assenta ainda numa visão distorcida e preconceituosa em relação às dinâmicas migratórias. Devemos partir do facto de que existem sectores onde estão incluídos trabalhadores portugueses e trabalhadores imigrantes. Opomo-nos a que a Líder do PSD, na ausência de argumentos sólidos para contrariar uma opção política, recorra a uma visão míope do fenómeno migratório, que tende a colocar em causa as bases de uma correcta política de integração e o próprio contributo que os imigrantes têm prestado no desenvolvimento de Portugal.