quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"REDE CIDADÃ"

O projecto Rede Cidadã, esta sendo desenvolvido pela Associação Lusofonia Cultura e Cidadania-ALCC e realiza a implantação de um serviço de promoção e articulação institucional, que visa a interacção e o envolvimento da sociedade na defesa dos direitos Humanos e no combate à violência doméstica e sexual, com o objectivo de potencializar um sistema eficiente de detecção, prevenção e tratamento / encaminhamento das vítimas da violência, através dos serviços e redes sociais, assegurando a assistência as vítimas, desenvolvendo acções de sensibilização e mobilização da sociedade para a valorização da mulher, e o respeito aos direitos Humanos em nossa sociedade.
Tem entre seus objectivos atendimento nas áreas da Assistência Social, Direito, Psicologia e Sociologia com a implantação de serviços de diagnóstico, encaminhamento e acompanhamento dos atendidos.
Possui como público-alvo vítimas e familiares de todas faixas etárias, de qualquer género, raça/etnia e poder, já que este fenómeno social é transversal e atinge todos os seguimentos de nossa sociedade com membros das mais diversas origens.
É um projecto de grande impacto e responsabilidade e acreditando na potencialidade deste trabalho, estamos dispostos a investir na erradicação dos aspectos negativos e de exclusão presentes em nossa cultura, como é o caso da Violência Domestica.
Contacte e denuncie.

Nilzete Pacheco
Directora ALCC


Marlene Caselato
Psicóloga e Coordenadora

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma Reflexão Associativa

Dado o crescimento da comunidade brasileira na Europa, nomeadamente em Portugal, lança uma série de questões e problemáticas que devem merecer uma reflexão intensa.
E visto que o movimento associativo tem um papel importante na integração, é pertinente ampliar uma rede associativa com espírito aberto a ajuda mútua, capacitando de seus valores morais, sociais, políticos, religiosos, culturais afim de poder proporcionar conhecimento necessário a quem necessita para poder ter um acompanhamento ou ajuda mais ampla.
Temos que ser mais fortes e ampliar nossas capacidades de acção, para que possamos desenvolver iniciativas conjuntas em prol da comunidade, permitindo que a comunidade seja respeitada em suas diversidades, pois nosso trabalho é baseado numa integração mais justa, honesta e se o movimento associativo não unir não conseguimos atingir o nosso objectivo.

A importância do nosso papel é de uma integração comunitária justa e ainda não consigo ver essa integração dentro do movimento associativo, devemos nos integrar para poder integrar.

Precisamos contudo melhorar nossas relações associativas, pois o nosso objectivo é integrar e se o movimento usa de modelos errados não podemos ajudar na integração da comunidade que escolheu Portugal como país de acolhimento.
E se isso não for fundamentado dentro de cada associação/pessoa, penso que não devemos exigir ajuda exterior, pois as dificuldades por vezes estão dentro de cada um de nós e se não conseguimos nos integrar na nossa própria comunidade, não podemos participar de um movimento em prol da integração.

Antes de mais devemos olhar para dentro de nós e “ver” se somos capazes de ser líderes, pois o mundo precisa de líderes e não de “cobradores”.
É preciso cada um fazer a sua parte, só assim podemos exigir que os governantes nos escutem.
Precisamos mudar as nossas mentalidades!

Nilzete Pacheco
Fundadora da Associação Lusofonia Cultura e Cidadania - ALCC

segunda-feira, 21 de junho de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

AJUDE-NOS A AJUDAR


Contribua com seu donativo para que possamos continuar a apoiar os imigrantes Lusofonos. O seu apoio é muito importante.

Banco Espirito Santo
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ALCC, Contemplada com projecto "Rede Cidadã "

Decorreu no passado dia 6 de Abril, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a cerimónia de assinatura dos Acordos de Cooperação e Parceria 2010.

Na cerimónia que contou com a presença da Srª. Vereadora Helena Roseta, foram assinados 83 protocolos, distribuídos por 71 instituições, que trabalham com a população dos Bairros geridos pela GEBALIS.


Os Acordos de Cooperação e Parceria foram implementados em 2008, como forma de apoio às entidades que desenvolvem um trabalho de combate à exclusão social das populações residentes nos bairros sob gestão da Gebalis E.E.M., sendo agora o terceiro ano consecutivo, em que estabelecemos este tipo de protocolos.
objectivos tidos em conta para a implementação destes Acordos foram os de:

. Disciplinar e regulamentar o tipo de apoios concedidos;
. Abranger um maior numero de entidades do que aquelas até então abrangidas;
. Estimular o desenvolvimento de projectos de intervenção comunitária e o trabalho em rede de parceria;
. Estipular os valores máximos para apoios a projectos;
. Estabelecer os respectivos critérios de selecção, acompanhamento e avaliação de forma clara.


Durante o ano de vigência dos protocolos, a Gebalis efectua ainda o acompanhamento dos mesmos, através de visitas locais, realizadas pela técnica de acompanhamento dos projectos, a coordenadora de zona e a responsável de gabinete de bairro.
Para 2010, foi aprovado pelo Concelho de Administração da Gebalis a disponibilização de uma verba para apoio a projectos no valor de 600.000,00€.
Finalmente em 2010 foram recepcionadas 224 candidaturas, orçamentadas em 3.992.315,27€ dos quais foram solicitados à Gebalis 2.492.050,87€, no entanto após avaliação e considerando o orçamento disponível, a Gebalis apoia 83 candidaturas das quais 78 referem-se a projectos e 5 a actividades, prevendo-se um custo total de 599.482,24€

http://www.gebalis.pt/site/index.php?option=com_content&task=view&id=173&Itemid=1

quarta-feira, 24 de março de 2010

O preconceito

Todos os utentes do correio electrónico estão habituados a que as suas caixas de correio sejam inundadas por mensagens de diversa índole e, se algumas são filtradas pelos sistemas de segurança e remetidas para “spam” ou “publicidade não solicitada”, outras há para as quais não existe nenhuma barreira informática que as detenha, entram livremente e, neste caso, a triagem tem de ser feita pelo utilizador quer apagando-os de imediato por não ter tempo para ler tudo o que lhe é remetido, quer sujeitando a sua apreciação ao conteúdo e ao objectivo do remetente.

Há dois dias entrou na minha caixa de correio electrónico, vindo de um remetente conhecido, uma mensagem que consistia numa pequena provocação pois é do domínio público a minha ligação ao movimento associativo imigrante, bem assim como do meu interesse pelas migrações enquanto objecto de estudo e reflexão e o mail versava sobre um julgamento de cidadãos estrangeiros ocorrido no território nacional, o que na opinião do remetente tinha sido exemplar.
O título dado ao mail era sugestivo: “Que grande juíza”. A grandeza da juíza, como pude verificar ao ler o conteúdo, não se relacionava com nenhum atributo físico mas sim com as penas aplicadas a um grupo de cidadãos brasileiros que variaram entre os 12 e os 18 anos de prisão efectiva. Até aqui tudo bem. Os cidadãos cometeram de forma continuada um conjunto de crimes e foram justamente penalizados por isso.
Continuando a ler o mail cedo percebi que admiração e reconhecimento que o remetente do mail demonstrou pela juíza não se cingia sequer à aplicação da pena que resultou do julgamento mas sim, ao juízo de valor que a magistrada emitiu no final do julgamento e ao facto de aos cidadãos estrangeiros ter sido aplicada a pena acessória de expulsão.
(…) Isto não é vir do Brasil, achar que continuamos no Brasil e vamos assaltar (…), terá sido isto que a juíza disse no final da leitura do acórdão e que a par da pena de acessória de expulsão (repatriamento) deixou o remetente tão satisfeito com a juíza, pedindo aos céus e à terra que muitos mais seguissem o seu exemplo.
Pois bem! Julgo que o juízo de valor feito pela magistrada é profundamente xenófobo porque, nem no Brasil todos os brasileiros são desonestos e criminosos, nem os cidadãos brasileiros que vivem em Portugal podem ser confundidos com estes ou outros brasileiros que cometeram ou cometem crimes, sejam eles de que natureza forem. É perigoso e era perfeitamente dispensável a emissão de tal juízo de valor.
Quanto à pena acessória de expulsão lembremo-nos de que a sua aplicação linear nem sempre é uma boa e reconhecida medida, ou será que concordamos com os repatriamentos dos nossos conterrâneos vindos do Canadá e dos Estados Unidos e consideramos que isso não é um problema cuja dimensão social afecta quer os indivíduos quer as sociedades.
As leituras simplistas e aligeiradas nem sempre (nunca) são a melhor forma de entender as diferentes dimensões de um problema.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 23 de Março de 2010

 Este texto foi publicado em: http://www.anibalpires.blogspot.com/